12 de julho de 2013

Resenha: O Livro Selvagem, de Juan Villoro

Título: O Livro Selvagem
Título Original: El Libro Salvage
Autor: Juan Villoro
Editora: Cia. das Letras
Páginas: 192

Sinopse:
Juan tem treze anos e já planejou as próximas férias: quer ficar em casa e passar os dias brincando e aproveitando o sol do verão. Mas sua família está passando por uma situação difícil. Os pais acabaram de se divorciar, e, tentando se adaptar à nova vida, sua mãe decide que precisa passar alguns dias sozinha. Juan, então, tem de ir para a casa do tio Tito, um sujeito um tanto excêntrico, que ama os livros mais que tudo e tem estantes espalhadas por todos os cantos da casa. Tito detesta telefone e tudo que possa atrapalhar suas leituras, e como companhia aceita apenas os três gatos e a cozinheira. No entanto, ele adora Juan, que considera um leitor especial. Tito acha que o menino descobre muito mais coisas naquilo que lê do que os outros. E tem um plano: vai pedir a ajuda do sobrinho para encontrar uma obra singular entre as milhares que tem em sua casa, chamada “O livro selvagem”, que nunca foi lida por ninguém e que guarda um segredo destinado àquele que a encontrar. Mas por que o livro resiste à leitura? E por que Juan é o único capaz de desvendar seus mistérios? Nessa busca, entre livros, leituras e a convivência com o tio e com Catalina, a menina que trabalha na farmácia em frente da casa de seu tio, Juan vai descobrindo um pouco mais sobre si mesmo e sobre a relação da literatura com as experiências que vivemos cotidianamente.

Juan (mesmo nome do autor -guarde esta informação) vai passar um período das férias na casa do seu tio Tito, enquanto a mãe reflete sobre a separação de seu marido; também deixa sua filha morando com uma amiga. Tito é um homem muito fanático (muito mesmo!) por livros, que tem uma biblioteca gigantesca (enormemente grande!) em casa, e talvez por seu jeito estranho de lidar com a vida nunca foi muito visitado por Juan.


Nessa casa, Juan, que não ligava para a leitura, começa a se encantar quando se depara com o livro Viagem pelo rio em forma de coração em uma seção que não tinha nada a ver com o mesmo. Contava a história de dois garotos, Ernesto e Pepe, que se perdiam num bosque e teriam que sobreviver por lá. Cada um segue por um caminho diferente, porém acabam se reencontrando, porque o rio que seguem, ao se juntar, tem o formato de um coração. Acabam tendo a ajuda de um índio depois.

Fascinado com o livro, Juan o empresta para Catalina, a bela garota que trabalha na farmácia da frente. Depois de ela o ler, comenta que achou ótima a história de Ernesto e Marina. E aí Juan -e você- para e fica com a expressão de "oi?". Havia uma menina na história quando ela leu. A única explicação para isso é que os livros podem ser melhorados pelo leitor!


Tito reconhece os poderes do sobrinho e designa a ele a missão de encontrar O livro selvagem, aquele que nunca foi lido por ninguém e sempre se esconde em meio aos diversos outros títulos da biblioteca do tio. E algo muito peculiar que acontece neste lugar é que os livros que estão em uma local, podem não estar lá no dia seguinte. Eles se movimentam! 

Então, será que Juan vai conseguir chegar até O livro selvagem?

Toda a história de O Livro Selvagem (o nosso) é ambientada em um mundo, de certa forma, fantástico. A forma como as pessoas falam sobre os livros é como se eles pudessem tanto fazer bem, quanto fazer mal a quem os lê. Como remédios. Achei uma forma interessante de tratá-los.

O clima deste infantojuvenil é de aventura com toques de suspense, por isso vai agradar muito aos jovens leitores. Os personagens são carismáticos e há várias passagens legais, como as que compõem esta resenha.

Mesmo que tenha tanto a oferecer, tantos leitores o terem achado fantástico, eu queria ter gostado mais de O Livro Selvagem. Não que tenha achado ruim (longe disso!), mas ele não me cativou como eu esperava. 

O final não supriu minhas expectativas, ainda mais por eu ter achado que as pistas que o autor foi deixando durante os capítulos, como o próprio personagem se chamar Juan e outros detalhes poderosos sobre como terminaria, não resultaram em nada. Na verdade, em uma frase (3º parágrafo da última página, de baixo para cima) ele desconstruiu o que eu achei que seria um final adequado...

Me chateia não gostar tanto de um livro que muitos gostaram, mas acontece.

Ficou em dúvida depois de eu ter falado que tanta gente amou e eu nem tanto, não é? Que tal se você também der uma chance para o livro? Vai que... né? :)


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O Livro Selvagem pode ser encontrado em:
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Rafael

Sobre o autor

Rafael Formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, viciado em Internet, e adora esse mundo literário. Prefere os livros contemporâneos, mas, de vez em quando, precisa de algumas doses de fantasia.
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