21 de fevereiro de 2012

Comparação: Os Homens Que Não Amavam As Mulheres ou Män Som Hatar Kvinnor




Estreou no mês passado, com muito buzz, a primeira parte da adaptação americana para os cinemas da trilogia Millenium, do sueco Stieg Larsson

Lançado em 2008 no Brasil, a trilogia é um sucesso no mundo inteiro. Pesquisas apontam que um em cada quatro suecos leram pelo menos um livro da série. Nos Estados Unidos, até janeiro de 2011, já foram vendidos mais de 15 milhões de exemplares. 

Levando isso em consideração, não é menor surpresa que Hollywood tenha se apossado de sua história apesar de já existir uma excelente adaptação para o cinema. 

O que me leva (finalmente) ao assunto que quero tratar nesse post. Desde seu lançamento,
 sou viciada em Millenium. Já li em português, inglês e já vi os três filmes suecos. Pode-se dizer que tenha uma visão privilegiada da história. Também pode-se dizer que, por ser fã dos livros, não deveria nada em estar falando dos filmes. Afinal, quem aqui ainda aguenta aquele argumento “ah, mas o livro é tão melhor...” (o que é óbvio por si só e não deveria ser repetido a cada ida ao cinema).


Mas, não quero comparar o filme americano com o livro. Quero comparar o filme americano ao filme sueco. 
Antes de mais nada, gostaria de esclarecer que gostei do filme. Com algumas falhas, o roteiro é fiel a história do livro, os atores são excelentes e a direção e fotografia não deixam a desejar. Mas, não há comparação ao filme sueco. Tudo que é bom no filme americano é imensamente superior no filme sueco. Especialmente as atuações, a direção e a fotografia (primordial). 

Para quem não sabe, a história segue assim:

Mikael Blomkvist é um jornalista político renomado e editor da conceituada, mas pobre, revista Millenium. Quando uma fonte falsa o leva a difamar um importante empresário, Mikael se vê perdido e com a credibilidade afetada pelo escândalo e julgamento que se segue. Para não afundar mais ainda sua revista, ele se afasta. É quando é abordado pelo magnata Henrik Vanger para investigar o desaparecimento de sua sobrinha, há mais de quarenta anos. Desaparecimento esse em que os únicos suspeitos são sua própria família. Nazismo, religião, terrorismo psicológico... Esses são alguns dos temas que envolvem a família Vanger e investigado por Mikael, enquanto procura pelo algoz de Heather. É nessa pesquisa que Blomkvist é apresentado a Lisbeth Salander, verdadeiro herói e protagonista da saga: jovem, perturbada e com um passado misterioso e doloroso, a hacker ajuda a descobrir uma trama de assassinatos feitos por homens que odeiam mulheres. 

Tramas complexas que se entrelaçam e se completam, personagens complexos e envolventes e um estilo claro, leve e inteligente é o que você encontra ao conhecer a trilogia Millenium

Depois desse “comercial”, volto a falar do filme. É importante saber que essa não é uma história fácil de ser contada: são muitos os personagens e muitas as tramas paralelas que se complementam em uma teia perfeita de mistério, sexo, personagens complicados e assassinato. Levar para a tela nunca foi uma tarefa fácil. Junta isso com achar uma atriz para viver Salander, com tantas nuances e sutilezas e que vive uma das cenas mais fortes que já vi ou li, se torna uma adaptação quase um martírio. Os americanos fizeram bem (Rooney Mara fez bem), mas a Lisbeth sueca (Noomi Rapace) é primorosa e se torna a grande diferença entre as duas versões. A outra diferença é que, provavelmente para simplificar, os americanos minimizaram alguns dos sentimentos mais profundos como a dor, a solidão e o afastamento psicológico dos personagens, tornando suas motivações superficiais e tudo o que ocorre um pouco mais sem sentido do que é na realidade.

Enfim, vale a pena ver o filme americano? Sim. Porém, para uma experiência cinematográfica superior, veja o sueco. E, para uma viagem completa? Larga de preguiça e leia os livros antes de ver o filme, qualquer um deles.

Para finalizar, é legal todo mundo saber que o autor de um dos maiores bestsellers da década não conseguiu aproveitar em nada seu sucesso. Larsson, um  jornalista de renome, morreu de ataque cardíaco em 2004, no dia em que ele entregou a última versão do último livro ao seu editor. 


 -
O conteúdo deste post é protegido. 
Caso queira reproduzir alguma parte, favor consultar as políticas do blog. 

Joana

Sobre o autor

Joana Aquariana, carioca. Devoradora de livros, viciada em séries e sol. Leio na praia, no ônibus, no carro, no computador, no sofá, na cama, no banheiro, andando, correndo e, às vezes, até tomando banho.
Página do Facebook www.asletrasdajo.blogspot.com

Related Posts with Thumbnails