14 de outubro de 2011

Filme: Sobrenatural





Sobrenatural
Insidious
2011
EUA
Terror
102 minutos

Direção: James Wan
Roteiro: Leigh Whannell


© 2011 Alliance Films
Há algum tempo não se via um filme ao estilo "assombrações que dão sustos" em Hollywood. O último exemplar desse tipo foi o ótimo Arraste-me Para o Inferno, do diretor da franquia Homem-Aranha, Sam Raimi.


Porém, nos últimos anos, o público vem conferindo uma safra de filmes que prezam pelo lado mais "real" da coisa. Temos aí Atividade Paranormal, que (não sei por quais motivos) assustou demasiadamente o público americano com o seu viés caseiro. O fato é que o primeiro filme, já transformado em franquia, literalmente enrola o espectador por mais de uma hora jogando apenas com sugestões em suas cenas. Quando, ao final, alguma coisa parece que realmente vai acontecer, vem a decepção.


Ensinados com esse erro, o idealizador de Atividade Paranormal, Oren Peli, juntou-se com James Wan, este idealizador da franquia Jogos Mortais, que, pelo visto, também aprendeu que nem sempre a trasheira baseia-se em sangue sendo jorrado e carne sendo mutilada, para produzirem um filme com a intenção de assustar o espectador. E conseguem.


© 2011 Alliance Films
Sobrenatural tem elementos muito parecidos com Arraste-me Para o Inferno, a começar pela abertura. Assim como no de Raimi, Insidious começa com créditos por alguns minutos, de forma a mostrar a quem assiste qual clima será ambienteada a película. Há também a trilha sonora, que rasga e tortura os ouvidos com violinos que gritam em momentos inesperados, fazendo da música mais um personagem em cena.


A história é bem batida: a mãe começa a sentir presenças sobrenaturais na casa e, após algumas análises, descobre-se que o filho mais velho do casal é quem está chamando os tinhosos para sacudir a rotina american way of life de classe média da família.


Claro, a partir desse ponto temos o pai cético que não acredita em assombrações, os outros filhos que estão urinando de medo com as aparições e até a sogra intrometida que resolve dar (sem ser chamada, obviamente) sua opinião sobre o caso.


© 2011 Alliance Films
O interessante do filme não é o roteiro em si, até porque não é mal escrito. Muito menos a história, como já disse, bem batida e conhecida por todos nós, mortais consumidores do velho e bom cinema de terror hollywoodiano. O elemento principal da película é como todas essas características são mostradas.


Saindo um pouco do trash, o modo de filmagem de James Wan cai nas sugestões do Atividade Paranormal, mas de forma elegante. A cena onde a médium está descrevendo para seu ajudante o que está vendo no teto de um dos cômodos da casa é bom exemplo: a câmera dá close em um ponto do teto, enquanto cortes voltam ao rosto da médium, também em close. Esse tipo de montagem mostra um cuidado maior da parte dos produtores para com o espectador, tentando fazer com que o público sinta-se incomodado com a cena, e não só com medo.


Em certas cenas (não vou apontar quais para não dar spoilers) somos realmente pegos de surpresa, e, se voltamos um pouco, percebemos que aquilo que nos aparece repentinamente já estava lá alguns segundos antes. É nesse ponto que Oren Peli, aqui como produtor, mostra realmente que aprendeu com seus erros bobos em Atividade Paranormal.


© 2011 Alliance Films
As referências aos clássicos oitentistas estão escancaradas no filme, mas isso não é um problema. Sobrenatural é, com certeza, um Poltergeist - O Fenômeno; mas, de longe, muito melhor. Muito mesmo.


Para quem curte levar uns bons sustos, mas que estão ali nas cenas de forma inteligente, devo enfatizar, Insidious é um prato cheio. Cheio de aparições, objetos se mexendo sozinhos, vozes gritando repentinamente e o bom e conhecido disco de vinil sendo riscado por alguma alma penada.


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Ewerton

Sobre o autor

Ewerton Estudante de Letras, gosta de escrever, ler e analisar tudo o que está em alta (ou não) no mundo pop atual e antigo. Curte música pop e indie e, nas horas vagas, brinca de ser crítico de cinema.
@ewertonmera A Bombonière

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